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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

QUEM ESTÁ HABILITADO PARA EXERCER A ACUPUNTURA NO BRASIL

QUEM ESTÁ HABILITADO PARA EXERCER A ACUPUNTURA NO BRASIL

Uma das dúvidas que mais afligem aos profissionais que desejam uma especialização em acupuntura é sobre o exercício profissional. Se você busca informações sobre a prática da acupuntura no Brasil, veio ao lugar certo. Uma grande celeuma encontra-se instalada junto aos meios de comunicação e nos setores de saúde, deixando a população confusa quanto ao assunto. Independente de qualquer polêmica divulgamos esta nota como um retrato, puro e simples, da verdade jurídica da questão.

A prática da acupuntura, até o momento, não possui nenhuma forma de regulamentação.
Isto significa que o emprego da acupuntura é inteiramente livre no Brasil, seja como tratamento principal seja como coadjuvante a qualquer outro, denominado convencional.

Desde o começo do ano de 2000 muitos médicos têm dado informações ao público afirmando que ela transformou-se "numa especialidade médica", causando uma enorme confusão junto à população. O que ocorreu foi o seguinte: o Conselho Federal de Medicina, em 1995, reconheceu a acupuntura como uma terapêutica passível de ser utilizada também por médicos, autorizando-os a empregarem a técnica das agulhas e introduzindo cursos de acupuntura, em nível de pós-graduação (ou especialidade), em algumas escolas de medicina.

No começo de 2000 um grupo de médicos que utilizam a acupuntura, reunidos na Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura - SMBA, conseguiu fazer aprovar no Senado um texto substitutivo a um antigo projeto de lei em tramitação, cuja nova redação pretendia reservar o emprego da acupuntura exclusivamente para médicos, dentistas e veterinários.

Eles chegaram a acreditar que conseguiriam fazer o Congresso aprovar, sob regime de urgência, este texto substitutivo. Mas isso, de fato, não ocorreu, uma vez que muitos parlamentares se colocaram em oposição a este monopólio profissional e verdadeiro absurdo do ponto de vista científico.

De modo que, até o momento, a prática da acupuntura ainda não dispõe de uma legislação específica ou abrangente.

Não acredite, portanto, em qualquer afirmativa feita por profissionais ou pela mídia, de que este ou aquele setor detêm exclusividade sobre a acupuntura ou que ela possua qualquer regulamentação, norma ou restrição de emprego - salvo, é claro, quanto às suas indicações terapêuticas - por qualquer tipo de profissional qualificado para tanto.

E entre os acupunturistas hoje habilitados você encontra biomédicos, farmacêuticos, fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, veterinários, e muitos outros terapeutas ligados ao setor da saúde, bem como os médicos e os acupunturistas de formação oriental.

Qualquer profissional que não seja médico é aqui denominado acupunturista, independentemente de possuir ou não uma diplomação de terceiro grau.

Vale frisar que o Conselho Federal de Fisioterapia foi o primeiro a autorizar seus integrantes a utilizarem a acupuntura, em 1985. Seguiram-se os Biomédicos, em 1988, os Enfermeiros e os Médicos em 1995. De modo que, bem antes dos médicos, outros conselhos de saúde já reconheciam a terapêutica das agulhas como eficiente e criaram cursos de especialização (pós-graduação) em suas respectivas escolas.

OS ACUPUNTURISTAS EXIGEM RESPEITO PROFISSIONAL

Durante anos os acupunturistas brasileiros foram simplesmente ignorados, seja pelos setores oficiais da saúde seja pelos profissionais que nela trabalham. O primeiro setor oficial a ela aderir foi o dos fisioterapeutas, cujo Conselho reconheceu a técnica em 1985. Posteriormente os biomédicos foram também autorizados pelo seu Conselho. Somente em 1995 os médicos reconheceram a acupuntura como uma terapêutica, ocasião em que o Conselho Federal de Medicina os autorizou ao emprego.

Cresceram muito, desde então, as disputas no campo profissional. Um grupo de médicos radicais, reunidos na Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura - SMBA, colocou-se à frente de um movimento que pretende o monopólio da acupuntura exclusivamente para a classe médica. Diversos anteprojetos de lei tramitam no Congresso Nacional, objetivando regulamentar a profissão. Aquele apresentado pelo deputado Walmir Campello, em 1995, possuía muitas chances de seguir em sua arrastada tramitação pelas comissões da casa, vindo finalmente a atender esta antiga reivindicação dos acupunturistas brasileiros.

A SMBA, porém, em maio do corrente ano, contando com a relatoria do senador médico Geraldo Althoff, conseguiu fazer aprovar um substitutivo ao anteprojeto original. Por esta nova proposta apenas médicos, veterinários e odontólogos poderiam empregar a acupuntura, tornando-se ela vedada aos demais profissionais do setor da saúde. Tendo passado pela Comissão de Educação, o anteprojeto encontra-se, no momento, na Comissão de Constituição e Justiça e tem como relator o senador gaúcho José Fogaça. Dalí, quando votado, o anteprojeto voltará à Câmara dos Deputados, seu local de origem, para novas votações. De modo que se torna impossível e imprevisível qualquer prognós tico sobre um prazo para sua aprovação e conseqüente transformação em lei.

Para conseguir tais mudanças no anteprojeto Campello, a SMBA não mediu esforços, armando um verdadeiro lobby com várias frentes de atuação. Sua estratégia básica foi centrada em três pontos:

1. considerar a colocação de agulhas como um ato cirúrgico;

2. enfatizar a necessidade de diagnóstico clínico para a prescrição de acupuntura;

3. desqualificar os demais profissionais, como incompetentes para uso da técnica.

Os três argumentos carecem, inteiramente, de solidez; pois não possuem bases reais ou científicas que os sustentem. A técnica de inserção de agulhas é empregada há mais de 5 mil anos na China e demais países asiáticos e, em nenhum deles, é considerada um ato cirúrgico, nos padrões ocidentais que a SMBA pretende fazer crer. Há, sem dúvida, a necessidade de uma formação específica e um treinamento adequado para se proceder tal manipulação; mas nada que se compare com a necessidade de uma formação médica para realizá-lo. Tanto a Organização Mundial de Saúde quanto os países modernos e do primeiro mundo reconhecem esta característica da acupuntura, e nem nos EU A, Inglaterra, Canadá, França, Itália, Suíça e tantos outros a acupuntura é uma prática exclusiva de médicos.

A questão do diagnóstico é inteiramente fora de propósito, uma vez que a Medicina Tradicional Chinesa constitui-se numa terapia energética, cujos padrões de referência nada possuem em comum com os ocidentais. Ela possui um modo de avaliação próprio, inteiramente distinto dos exames laboratoriais ou outros métodos utilizados no Ocidente, descaracterizando inteiramente esta reivindicação da SMBA.

Privilegiar o diagnóstico ocidental foi um modo hábil que a classe médica encontrou para tentar o monopólio. Enfatizá-lo, neste contexto, é apenas empregar um argumento dito "científico" para desqualificar os demais profissionais.

Para desenvolver a terceira estratégia tudo tem sido empregado pela SMBA: desde matérias pela mídia até merchandising em novela de televisão. Qualquer espaço que possibilite externar uma opinião tem sido por eles ocupado para denegrir, difamar, acusar e tentar impedir a continuidade de trabalho dos demais profissionais. Pretendem , pelo achincalhe, desqualificar todos os que representem obstáculos à sua escalada monopolizante.

A hora, portanto, é de rebater estas informações e afirmar nossos direitos. Somos profissionais sérios, honrados, bem qualificados e pretendemos, tão somente, alcançar uma regulamentação justa e democrática, que albergue todos os profissionais nela qualificados e que contemple as diferenças que a Medicina Tradicional Chinesa possui em relação à medicina ocidental. Se você é um acupunturista, adira a esta campanha e ajude a promover ações conseqüentes no rumo de nossos objetivos. Se você é um usuário de acupuntura, ajude a divulgar a verdade sobre sua situação e emprego e não se intimide em procurar um acupunturista para realizar seu tratamento. Se você é apena s público interessado, não compactue com a mentira, a tergiversação e fique de olho aberto antes de engolir qualquer explicação. Argumentos ditos "científicos" podem estar acobertando, grande número de vezes, apenas interesses inconfessáveis...

PORTANTO, NÃO PERMITA NENHUM TIPO DE COAÇÃO DE SEU EXERCÍCIO PROFISSIONAL. CASO SOFRA QUALQUER ESPÉCIE DE DISCRIMINAÇÃO EXIJA SEUS DIREITOS E COMUNIQUE AS ASSOCIAÇÕES E SINDICATOS DE ACUPUNTURISTAS ESPALHADOS POR TODO O BRASIL.

cecth@cecth.com.br Este endereço de e-mail está sendo protegido de spam, você precisa de Javascript habilitado para vê-lo

domingo, 14 de março de 2010

CHÁ VERDE



O chá é proveniente das folhas da Camellia sinensis.

Atualmente, cerca de 3 mil produtos levam o nome de chá mas, na verdade, podem ser considerados chás mesmo, somente aqueles que tenham em sua composição a planta Camellia sinensis.


Conta uma lenda chinesa que no ano 2737 a.C., o imperador Shen Nung descansava sob uma árvore quando algumas folhas caíram em uma vasilha de água que seus servos ferviam para beber. Atraído pelo aroma, Shen Nung provou o líquido e adorou. Nascia aí, o chá.

É bem provável que essa história nem seja verdadeira, mas dá um ar romântico à origem de uma bebida conhecida mundialmente. Esta lenda é divulgada como a primeira referência à infusão das folhas de chá verde, provenientes da planta Camellia sinensis, originária da China e da Índia. Na verdade, o primeiro registro escrito sobre o uso do chá data do século III a.C. O tratado de Lu Yu, conhecido como o primeiro tratado sobre chá com caráter técnico, escrito no séc. VIII, durante a dinastia Tang, definiu o papel da China como responsável pela introdução do chá no mundo.

No inicio do séc. IX, a cultura do chá foi introduzida no Japão por monges budistas que levaram da China algumas sementes. A cultura teve êxito e desenvolveu-se rapidamente. O chá experimentou nestes dois países - China e Japão - uma evolução extraordinária, abrangendo não só meio técnico e econômico, mas também os meios artísticos, poéticos, filosóficos e até religiosos. No Japão, por exemplo, o chá é protagonista de um cerimonial complexo e de grande significado.

A chegada do chá à Europa não foi rápida. As referências mais antigas que se encontram na literatura européia a respeito do chá são atribuídas a Marco Pólo, no relato da sua viagem, e ao português Gaspar da Cruz, que teria citado o chá numa carta dirigida ao seu soberano. Já a sua introdução no continente europeu ocorreu no início do séc. XVII, em função do comércio que então se estabelecia entre a Europa e o Oriente. Ao que parece, foram os holandeses que levaram pela primeira vez o chá à Europa, intensificando o seu comércio, mais tarde desenvolvido pelos ingleses.

Na Inglaterra, o seu consumo difundiu-se rapidamente, tornando-se uma bebida muito popular. Essa popularidade estendeu-se aos países com forte influência inglesa, primeiramente nos Estados Unidos, depois na Austrália e Canadá. Hoje, o chá é a bebida mais consumida em todo o mundo.

O que é o chá

Como foi dito acima, o chá é proveniente das folhas da Camellia sinensis. Atualmente, cerca de 3 mil produtos levam o nome de chá mas, na verdade, podem ser considerados chás mesmo, somente aqueles que tenham em sua composição a planta Camellia sinensis. Ou seja, aqueles que nós chamamos de chá de hortelã, erva-cidreira e outros são, para sermos mais corretos, tisanas ou infusões.

A partir das folhas da Camellia sinensis é possível obter diferentes tipos de chá e, dependendo do tipo de tratamento a que são sujeitas, dividi-los nas seguintes categorias:

Verde - As folhas vão para a secagem após a colheita. Seu sabor é um tanto amargo. As folhas são apenas passadas pelo calor, imediatamente após colheita, evitando, assim, a fermentação. O chá Gyokuro (gotas de orvalho), do Japão, é considerado um dos melhores - suas folhas são cobertas com tela antes da colheita e, assim, preservam a clorofila e perdem tanino, ficando adocicadas.

Preto - As folhas sofrem um processo de fermentação que confere ao líquido um tom avermelhado escuro e um sabor intenso. As folhas são colocadas em tanques fechados até fermentarem. Depois elas são aquecidas e desidratadas.

Oolong - Sofre um processo de fermentação muito curto. Uma secagem rápida é feita logo após a colheita. Depois as folhas vão para um tanque, para fermentar, mas o processo é interrompido no início. O sabor é suave. Este chá é o menos comum no mundo ocidental.

Aromatizados - Qualquer chá, independentemente do tratamento pelo qual tenha passado, pode receber a adição de outras folhas, frutas secas ou flores, cujo sabor se mistura com o seu.

As mil e uma virtudes do chá verde

As virtudes medicinais do chá são de conhecimento milenar, especialmente seu efeito estimulante. Mas hoje, a ciência está comprovando suas propriedades terapêuticas e cosméticas. E isso está acontecendo com o chá verde (também conhecido como banchá), considerado atualmente um aliado da saúde por ser rico em flavonóides - substâncias antioxidantes que ajudam a neutralizar os radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento celular precoce. Também está comprovado que o chá verde ajuda a diminuir as taxas de colesterol e ativa o sistema imunológico. As virtudes do chá verde na prevenção do câncer, já muito divulgadas atualmente, vêm do fato de que ele é rico em bioflavonóides e catequinas, substâncias que bloqueiam as alterações celulares que dão origem aos tumores.

Além de conter manganês, potássio, ácido fólico e as vitaminas C, K, B1 e B2, ajuda a prevenir doenças cardíacas e circulatórias por conter boa dose de tanino: o consumo diário desse chá diminui as taxas do LDL (colesterol que faz mal à saúde) e fortalece as artérias e veias.

Mas as boas notícias não acabam aí: está comprovado que o chá verde acelera o metabolismo e ajuda a queimar gordura corporal. Um dos estudos foi realizado na Suíça com três grupos de pessoas que seguiram a mesma dieta. O resultado: o grupo que recebeu chá verde teve aumento de 4% na velocidade de combustão das calorias no organismo e de 5% na queima de calorias em relação aos outros dois grupos pesquisados. Um estudo publicado no American Journal of Clinical Nutrition, demonstrou que extrato de chá verde - que possui altas concentrações de antioxidantes como catequina, polifenóis e muitos outros compostos incluindo cafeína - pode aumentar a utilização de energia muito acima dos efeitos da cafeína pura.

Pesquisadores acreditam, ainda,que o hábito de beber chá em vez de café é um dos fatores responsáveis pelo menor índice de infarto em países do Oriente. E como se não bastasse, comprovou-se também que as substâncias presentes no chá verde ajudam a prevenir cáries, têm ação antiinflamatória e antigripal, ativam o sistema imunológico e regeneram a pele. Os princípios curativos e regeneradores da Camellia sinensis enriquecem os cosméticos que prometem recuperar o viço da pele e dos cabelos. Tanto que as indústrias de cosméticos incluem os extratos das folhas em fórmulas de produtos como cremes e loções. Substâncias presentes na Camellia sinensis também dissolvem gorduras e são eficazes no tratamento de celulite e gordura localizada.

E para e pele mais um benefício: por ser rica em tanino, substância com propriedades anti-séptica e adstringente, a planta é indicada também para limpar e equilibrar peles oleosas. Na edição de 3 de março de 2004, a Revista Veja publicou uma matéria anunciando a mais recente novidade que aumenta a lista de benefícios do chá verde. Ainda na área da dermatologia, a novidade é que o chá verde pode proteger contra os efeitos nocivos do sol. Segundo a revista, "o assunto foi um dos mais comentados do último congresso da Academia Americana de Dermatologia, por causa de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Nova Jersey". Eles descobriram que o chá, transformado em creme, melhora o sistema de defesa das células da pele contra os raios ultravioleta do tipo B, aqueles responsáveis pelo vermelho-pimentão. Ao reduzir a inflamação causada por essa radiação, o chá verde aumentaria a proteção contra o câncer de pele. A descoberta pode ser o ponto de partida para a produção de uma nova família de loções.

A planta, como ela é...

Planta perene, do tipo arbustiva, a Camellia sinensis pertecente a família das Teáceas (Theacea). Originária do sudeste asiático, a planta produz economicamente por mais de 50 anos. No Brasil o arbusto é cultivado principalmente na região do Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo, onde é utilizado para fazer chá preto.

A propagação da planta se dá preferencialmente pela via vegetativa, ou seja, por meio de estacas. A estaca para reprodução deve possuir uma folha desenvolvida e sua respectiva gema auxiliar com 3 a 4 cm. A extremidade do ramo deve ser cortada em bisel, isto é, na diagonal.

As folhas mais jovens e os gomos da Camellia sinensis - parte da planta utilizada na produção do chá comercial - são cobertos por uma fina cobertura branca e sedosa, semelhante a uma penugem que, mais tarde, desaparece. Ao que se sabe, é esta cobertura que dá origem ao nome pelo qual é conhecido o gomo terminal: "pekoe", da palavra chinesa pak-ho, que significa cabelo ou penugem.

As flores da planta são pequenas, brancas, geralmente com 4 ou 5 pétalas, aromáticas e aparecem nas axilas das folhas em grupos de 2, 3 ou 4. O fruto é uma cápsula com 2 ou 3 cm de diâmetro. Dada a grande dispersão que a planta sofreu desde o início do seu cultivo até aos nossos dias e a livre hibridação entre os vários tipos geográficos, não tem sido fácil para os botânicos a descrição das variedades existentes.

E para quem pretende saborear esta bebida que já esta sendo considerada medicinal, vale lembrar: até a simplicidade do chá não dispensa alguns pequenos cuidados especiais. Recomenda-se guardá-lo bem acondicionado em local fresco e seco e, na hora do preparo, passar água fervente no bule e nas xícaras Para o chá verde, especialistas aconselham que a água esteja um pouco abaixo da fervura e, de preferência, nada de acrescentar açúcar. Preparar a bebida é simples: faça uma infusão com uma colher de sopa rasa da erva para cada xícara de água "quase" fervente.


Por: Rose Aielo Blanco
Rose Aielo Blanco é jornalista e editora do www.jardimdeflores.com.br

quarta-feira, 10 de março de 2010

MEDITAÇÃO

O poder da Meditação - Revista Isto É

Ela chegou ao Ocidente como mais um item da lista de atrações exóticas do Oriente. Hoje, está se transformando em um dos mais respeitados recursos terapêuticos usados pela medicina que conhecemos. Está se falando aqui da meditação, uma prática milenar cujo principal objetivo é limpar a mente dos milhares de pensamentos desnecessários que por ela passam a cada minuto, ajudando o indivíduo a se concentrar no momento presente. É por essa razão que um de seus benefícios é o de ajudar as pessoas a lidar com sentimentos como a ansiedade. Mas o que se tem visto, de acordo com as numerosas pesquisas científicas a respeito da técnica, é que a meditação se firma cada vez mais como uma espécie de remédio – acessível e sem efeitos colaterais – indicado para um leque já amplo de enfermidades: da depressão ao controle da dor, da artrite reumatoide aos efeitos colaterais do câncer.

A inclusão da prática no rol de tratamentos da medicina ocidental é um fenômeno mundial. Nos Estados Unidos, por exemplo, ela figura entre as opções de centros renomados como o Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, um dos centros de referência do planeta no tratamento da doença. Também está disponível na Clínica Mayo, outro respeitado serviço de saúde. No Brasil, o método começa a ganhar espaço, boa parte dele assegurado pela Política de Práticas Integrativas e Complementares do SUS, implementada em 2006 pelo Ministério da Saúde. Ela incentiva o uso, pela rede pública, de uma série de práticas não convencionais – como a medicina tradicional chinesa, a acupuntura e a fitoterapia – para auxiliar no processo de cura. “Nessas diretrizes, a meditação está prevista como parte integrante da medicina chinesa”, explica a médica sanitarista Carmem De Simoni, coordenadora do programa.

FELICIDADE


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A atriz Cláudia Ohana, 46 anos, aderiu ao método há dez anos. Foi uma das formas que escolheu para diminuir a ansiedade, que lhe provoca irritação e dor de estômago. “Depois de uma semana de prática, fico mais tranquila e paciente.” Para ela, a técnica diminui o stress causado pelo excesso de trabalho e pela vida na cidade grande. “É praticamente uma pílula de felicidade”, afirma

Em Campinas, no interior de São Paulo, 20 postos de saúde oferecem treinamentos de meditação gratuitos à população. Em São Carlos, também no interior paulista, alguns postos públicos de atendimento começarão a ofertar este ano sessões usando uma técnica conhecida como atenção plena (Mindfulness-Based Stress Reduction, ou MBSR, em inglês), desenvolvida pelo Centro Médico da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos. É baseada em exercícios de respiração e consciência corporal que ajudam o indivíduo a focar as percepções no momento presente. “Queremos incluir a prática em 30 unidades de saúde”, diz Marcelo Demarzo, chefe do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos.

“Meditadores têm habilidade singular para cultivar emoções positivas”


Eileen Luders, pesquisadora da Universidade da Califórnia

Outra experiência interessante no Brasil é o uso do método em escolas da rede estadual do ensino médio do Rio de Janeiro. Trata-se de uma iniciativa da Fundação David Lynch, criada pelo cineasta americano, com o objetivo de reduzir a violência nos colégios por meio da prática. Um projeto piloto com cerca de 750 crianças e adolescentes de 10 a 18 anos mostrou que ela contribui para o aumento da concentração e da criatividade. “Muitas relataram ainda benefícios como redução de crises de dor de cabeça”, diz Joan Roura, representante da entidade no Brasil.

O Hospital Albert Einstein, em São Paulo, decidiu oferecer a prática tanto para pacientes quanto para funcionários, depois de testá-la por dois anos no setor de oncologia. “Nos pacientes em tratamento contra o câncer, notamos uma diminuição na ansiedade e maior disposição para enfrentar a doença”, afirma o médico Paulo de Tarso Lima. Ele é responsável pelo serviço de medicina integrativa no hospital, que promove a adoção de terapias complementares – entre elas, a meditação – para auxiliar no tratamento convencional.

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O movimento que se observa atualmente com a meditação é o mesmo experimentado pela acupuntura cerca de dez anos atrás. Da mesma forma que o método das agulhas, ela conquista o respeito da medicina tradicional porque tem passado nas provas de eficácia realizadas de acordo com a ciência ocidental. Isso quer dizer que, aos olhos dos pesquisadores, foi despida de qualquer caráter esotérico, mostrando-se, ao contrário, um recurso possível a todos – ninguém precisa ser guru indiano para praticá-lo – e de fato capaz de promover no organismo mudanças fisiológicas importantes.

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PREVENÇÃO


Em São Paulo, idosos usam o método como auxílio contra a hipertensão

A profusão de pesquisas que apontam algumas dessas alterações é grande. Os resultados mais impressionantes vêm dos estudos que se propõem a investigar seus efeitos no cérebro. Um exemplo é o trabalho realizado na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, e publicado na revista científica “NeuroImage”. Após compararem o cérebro de 22 meditadores com o de 22 pessoas que nunca meditaram, eles descobriram que os praticantes possuem algumas estruturas cerebrais maiores do que as dos não praticantes. Especificamente, hipocampo, tálamo e córtex orbitofrontal. As duas primeiras estão envolvidas no processamento das emoções. E a terceira região, no raciocínio. “Sabemos que as pessoas que meditam têm uma habilidade singular para cultivar emoções positivas”, disse à ISTOÉ Eileen Luders, do Laboratório de Neuroimagem da universidade. “As diferenças observadas na anatomia cerebral desses indivíduos nos deram uma pista da razão desse fenômeno.”

ALÍVIO CONTRA O CÂNCER A prática faz com que os pacientes


sintam menos náuseas após a quimioterapia

Na publicação “Psychological Science”, há outro trabalho interessante. Pesquisadores da Universidade George Mason constataram que a prática proporciona uma melhora significativa na memória visual. Normalmente, uma imagem é armazenada integralmente no cérebro por pouquíssimo tempo. Mas o estudo verificou que monges, habituados a meditar todos os dias, conseguem guardá-las – com riqueza de detalhes – até 30 minutos depois de praticar. “Isso significa que a meditação melhora muito este tipo de memória, mesmo após um certo período”, disse à ISTOÉ Maria Kozhenikov, autora do experimento. Essa habilidade transforma a técnica em um potencial instrumento para complementar o tratamento de doenças que prejudiquem a memória, como o mal de Alzheimer.

A técnica ganha espaço em instituições renomadas e prova ser eficaz contra um leque cada vez maior de doenças. Entre elas, a depressão, males cardíacos e até Aids

Cilene Pereira e Maíra Magro

No Instituto do Cérebro do Hospital Albert Einstein, aqui no Brasil, pela técnica de ressonância magnética foram fotografados os cérebros de 100 voluntários, antes e depois de um retiro de uma semana para práticas diárias. “Na análise de uma primeira amostra, observamos que as áreas ligadas à atenção, como o córtex pré-frontal e o cíngulo anterior, ficaram mais ativadas após o treinamento”, afirma a bióloga Elisa Kozasa, responsável pela pesquisa. As regiões cerebrais eram observadas enquanto os voluntários realizavam testes para medir o quanto estavam atentos. “Houve uma tendência de maior número de acertos e mais velocidade nas respostas após a meditação”, explica a pesquisadora Elisa.

CONTROLE EM CENA
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O ator paulista Maurício Souza Lima, 43 anos, sofreu episódios frequentes de síndrome do pânico por mais de cinco anos. Chegou a tomar antidepressivos e tranquilizantes, mas não conseguia se livrar do distúrbio. Depois que a taquicardia e os tremores o atingiram em pleno palco, durante uma apresentação, há dez meses, ele buscou apoio na meditação transcendental. “Nunca mais tive uma crise”

Na área da oncologia, há várias evidências científicas de eficácia. Tome-se como exemplo o estudo feito na Universidade de Brasília pelo psiquiatra Juarez Iório Castellar. Ele investiga os efeitos do método em 80 pacientes com histórico de câncer de mama. Castellar pediu às participantes que preenchessem questionários para medir a qualidade de vida. Por meio da coleta de amostras de sangue e saliva antes e depois dos exercícios meditativos, ele também está acompanhando variações hormonais que indicam a situação da doença. “Um dos dados que já verificamos é que a meditação reduziu os efeitos colaterais da quimioterapia, como náuseas, vômitos, insônia e inapetência”, afirma.

Outra frente de pesquisas tenta decifrar seu impacto nas doenças mentais. Novamente, as conclusões são bem animadoras. Na Universidade de Exeter, na Inglaterra, o pesquisador Willem Kuyken verificou que o método é uma opção concreta para auxiliar no controle da depressão a longo prazo. Depois de 15 meses comparando a evolução de pacientes que meditavam e tomavam remédios com a apresentada por aqueles que apenas usavam os antidepressivos, o cientista constatou que crises mais sérias ocorreram em 47% dos meditadores, enquanto entre os outros o índice foi de 60%. Na Universidade George Washington, nos Estados Unidos, a técnica provou-se uma aliada no tratamento de crianças com transtorno de hiperatividade e déficit de atenção. “Houve redução de 50% dos sintomas após três meses de prática”, disse à ISTOÉ Sarina Grosswald, coordenadora da pesquisa. Há ainda evidências de benefícios na luta contra transtornos alimentares como bulimia e dependência de drogas. “A meditação relaxa os dependentes e os torna mais fortes para resistir à vontade de consumir drogas”, explicou à ISTOÉ Elias Dakwar, do Instituto de Psiquiatria do Columbia-Presbyterian Medical Center, em Nova York, instituição que passou a usar o método recentemente.

DESCANSO GARANTIDO
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Há apenas três meses, o médico cearense Lúcio Guimarães Xavier, 37 anos, começou a meditar duas vezes ao dia, durante 20 minutos. Ele já nota uma melhora na sensação de bem-estar, na capacidade de concentração e na qualidade do sono. “Costumava ter insônia e hoje durmo muito bem.” Ele também se surpreendeu com o desaparecimento de um tremor nas mãos, que tinha desde criança

O segredo que possibilita efeitos dessa magnitude nestes tipos de patologias é o fato de a meditação ensinar o indivíduo a viver o presente, sem antecipar medos e sofrimentos. “E como o ato de pensar é ‘desligado’, a mente transcende seu estado ocupado e experimenta um profundo silêncio”, explica Sarina Grosswald. “O corpo, por sua vez, fica totalmente relaxado.” É este o mecanismo que também explica parte do seu poder contra a dor. “O método ajuda os pacientes a perceberem a dor e a deixá-la ir embora, sem se prender a ela”, disse à ISTOÉ Paula Goolkasian, da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Ela faz parte de uma equipe que estuda intensamente a relação entre dor e meditação e é autora de alguns artigos científicos a respeito do tema.

Permeando todos esses processos, porém, está a redução do stress proporcionada pelo método – e os benefícios advindos disso. O controle da tensão implica mudanças importantes na química cerebral, entre elas a diminuição da produção do cortisol. Liberado em situações de stress, o hormônio tem consequências danosas. Uma delas é a elevação da pressão arterial. Portanto, quanto menor sua concentração, mais baixas são as chances de hipertensão. E como a meditação diminui o stress, acaba reduzindo, indiretamente, a pressão. Este mecanismo explica por que a técnica contribui para a prevenção de doenças cardiovasculares, como o infarto e o acidente vascular cerebral, causadas, entre outras coisas, por uma pressão arterial acima dos níveis recomendados. Um estudo recente realizado na Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, deu uma ideia desse potencial. Durante nove anos, os cientistas acompanharam 201 homens e mulheres com média de 59 anos de idade. Parte foi orientada a meditar todos os dias e o restante recebeu recomendação para mudar hábitos. Os meditadores tiveram 47% menos chance de morrer de um problema cardiovascular em comparação com os outros. Com base nesse resultado, o coordenador da pesquisa, Robert Schneider, considera que a descoberta equivale ao encontro de uma nova classe de “remédios” para evitar essas enfermidades. “Nesse caso, a medicação é derivada dos próprios mecanismos de cura do corpo e de sua farmácia interna”, disse à ISTOÉ.

FORÇA EXTRA Dependentes químicos que meditam ficam
mais fortes para resistir ao apelo das drogas

A ciência registrou ainda mais um impacto positivo da redução do stress promovida pelo método: o auxílio contra a Aids.A doença caracteriza-se pelo ataque do vírus HIV aos linfócitos CD-4 (células que integram o sistema de defesa do corpo). Por causa disso, o corpo fica mais vulnerável a infecções, podendo sucumbir a elas. Mas é sabido que outro inimigo dos exércitos de defesa é o stress: o hormônio cortisol enfraquece seu funcionamento. Por isso, diminuir a tensão é uma maneira de evitar que isso aconteça. Na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, os cientistas testaram a força da meditação para controlar o stress em pacientes com Aids e constataram que, também aqui, ela funciona. Eles selecionaram 48 pessoas soropositivas, divididas em dois grupos: um meditou e o outro, não. Após oito semanas, os que a praticaram não apresentavam perda de CD-4, ao contrário dos outros participantes. Isso revela que a meditação reduziu o stress. Dessa maneira, contribuiu para preservar o sistema imunológico dos pacientes, ajudando a retardar o avanço do HIV.

Uma das mais intrigantes abordagens de pesquisa é a que estuda a relação entre o método e o envelhecimento precoce. Os pesquisadores começaram a fazer essa associação a partir da certeza do vínculo entre o stress – ele de novo – e a ocorrência de uma deterioração celular acentua­da. Partindo desse raciocínio, eles querem saber se a meditação também teria efeito indireto nesse mecanismo, já que atua sobre o stress. Cientistas da Universidade da Califórnia estão investigando se a redução do stress causada pela meditação poderia provocar um efeito benéfico sobre os telômeros – espécie de capa protetora das extremidades dos cromossomos cujo comprimento está associado ao grau de envelhecimento celular. Quanto mais comprido, menor o índice de desgaste. E um dos fatores de desgaste dos telômeros é o stress. Portanto, quanto menos stress, mais preservadas essas estruturas.

SEM EFEITO COLATERAL
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Diagnosticada com um câncer no intestino em 2005, a bióloga pernambucana Marta Gomes Rodrigues, 59 anos, teve de se submeter a diversas sessões de quimioterapia. Com a reincidência da doença pela quarta vez, ela decidiu aliar ao tratamento a prática da meditação. “Os efeitos colaterais dos medicamentos diminuíram e as náuseas acabaram”, diz

No Brasil, o interesse por esse tema, especificamente, também cresce. O médico José Antônio Esper Curiati, do Serviço de Geriatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, por exemplo, coordena grupos de meditação para idosos “Estou medindo os efeitos da prática em aspectos como memória, humor e qualidade do sono”, diz. No Centro de Estudos do Envelhecimento da Universidade Federal de São Paulo, o médico Fernando Bignardi é outro que acompanha os reflexos em indivíduos na terceira idade. “O que notamos de mais imediato é uma mudança na condição emocional”, relata. “Depois há uma melhora no sono, nas condições metabólicas e, finalmente, alterações clínicas que levam à melhora de doenças como hipertensão e diabetes.”

A experiência bem-sucedida incentivou Bignardi a desenvolver uma pesquisa mais ampla. A instituição acompanha a saúde de 1,5 mil idosos para verificar a relação entre estilo de vida, personalidade, cognição e doenças. A intenção agora é analisar como a prática meditativa interfere nessa equação – inclusive na incidência de doenças neurodegenerativas como o mal de Alzheimer. A médica Edith Horibe, presidente da Academia Brasileira de Medicina Antienvelhecimento, já indica a meditação para seus pacientes. “Sem dúvida, ela permite uma vida mais longa e com saúde”, afirma. “E a técnica não exige mudanças no estilo de vida”, completa Kleber Tani, diretor da seção carioca da Sociedade Internacional de Meditação.

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FONTE: http://www.istoe.com.br/reportagens/51821_O%20PODER%20DA%20MEDITACAO%20PARTE%201?pathImagens=&path=&actualArea=internalPage&sms_ss=email



Meditação como caminho, a base da lucidez (LAMA PADMA SAMTEN)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Programação do Lama Padma Samten em João Pessoa

AULAS DE TAI CHI CHUAN

Olá Pessoal,
Venho convidar todos e todas para experimentar o Tai Chi Chuan em João Pessoa - PB.
O Tai Chi Chuan é uma Arte Marcial interna chinesa que é conhecida pelos seus benefícios para saúde e longevidade. Também conhecida como uma meditação em movimento de estilo suave, aplicada como relaxamento mais completo possível do corpo.
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Professor João Demétrio, graduado pela Associação Mei Hua de Kung Fu e prática Orientais. Filiada à Academia Sino-Brasileira de Kung Fu do Grão Mestre Chan Kowk Wai.
E-mail: joaodap@msn.com Tel: 8844 1962 (Muitas vezes estou ocupado, por isso deem preferencia a comunicação por e-mail ou mensagens) 

LOCAL: Parque Arruda Câmara (BICA).
HORÁRIOS: Segundas e Quartas às 8:30.
AULAS GRATUITAS!

LOCAL: Academia de AIKIDO (Tambaú).
HORÁRIOS: Segunda às 6:00.
VALOR: 40,00 R$.