Andar ereto e equilibrando-se em duas pernas sempre representou um desafio para a espécie humana. E um sinal de que essa herança evolutiva continua a causar reações no corpo humano são as dores nas costas que muitos sentem, motivadas seja por problemas posturais, atividades físicas forçadas, trabalho pesado, sedentarismo ou até fatores genéticos. A coluna é quem mais sofre com tudo isso! Segundo a Organização Mundial de Saúde, 80% da população mundial poderão ter pelo menos um episódio de dor nas costas ao longo da vida.
alex régis
Fisioterapeuta Alini Brito trata hérnia de disco com Reconstrução Músculo-Articular
Das doenças da coluna, a hérnia de disco preocupa muita gente, chegando até mesmo a causar prejuízos financeiros, já que causa muita dor, incômodo e até mesmo perda dos movimentos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a hérnia de disco acomete cerca de cinco milhões de brasileiros e é a segunda maior causa de afastamento do trabalho, ficando atrás apenas das doenças cardíacas.O especialista em doenças da coluna, ortopedista Julimar Nogueira, explica ser a hérnia de disco uma situação que ocorre com em boa parte da população e, segundo ele, a hérnia nada mais é do que a evolução do desgaste natural dos discos vertebrais, aquelas estruturas entre um osso e outro. "Os discos servem para absorver e distribuir cargas. O que acontece é que ao longo dos anos essa estrutura vai se desgastando, como tudo em nós. Em algumas pessoas esse desgaste causa uma ruptura, rasga, e sai um conteúdo para fora do disco. Isso é chamado hérnia de disco. Mas tem características extremamente benignas", diz Julimar Nogueira, que é presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia no Rio Grande do Norte.O especialista comenta ainda que que a hérnia de disco virou uma vilã porque, ao longo dos anos, quando começaram as primeiras cirurgias de coluna, conhecia-se muito sobre hérnia de disco e sabia-se pouco tratá-la. As experiências eram muito ruins. Hoje tem esse inconsciente coletivo. "Mas é exatamente o contrário. A hérnia de disco é um dos diagnósticos mais simples e mais tranquilos."Existem diversas formas de tratar a hérnia de disco, entre elas a cirurgia - sendo necessária apenas em cerca de 5% dos casos. Entre os métodos não-invasivos, destaca-se a Reconstrução Músculo-Articular (RMA).Cirurgia de hérnia de disco só é feita em último casoO tratamento da hérnia de disco é eminentemente clínico, não cirúrgico. A cirurgia é uma exceção, como afirma o especialista em doenças da coluna, Julimar Nogueira, presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia no RN (SBOT/RN). Quando um paciente chega ao seu consultório com esse quadro, inclusive com dores, ele esclarece que o primeiro passo é tratá-lo da forma tradicional/conservadora: acupuntura, fisioterapia, hidroterapia. "Tudo o que a gente puder fazer de analgesia, associada a medicamentos."Se todas essas tentativas de reverter o quadro falharem, parte-se para outras manobras, como os bloqueios analgésicos - colocação de medicamento diretamente na hérnia, guiado por raio-x. De acordo com Julimar Nogueira, 70% dos pacientes melhoram. Uma pessoa pode ter mais de uma hérnia e de diferentes tamanhos. A dor se manifesta quando o achatamento do disco intervertebral libera um líquido interno que toca a raiz nervosa da coluna. Há a possibilidade de a dor ser irradiada para para a extensão da perna, podendo chegar até ao pé. "Se você é submetido a esses procedimentos e você melhora muito a sua dor, significa que você tem conteúdo mais inflamatório do que mecânico. E você se livra de uma cirurgia", comenta o especialista, explicando ainda que a cirurgia melhora de imediato, mas ao longo dos anos o resultado é exatamente igual ao de quem foi submetido aos tratamentos conservadores.O fisioterapeuta Emanuel Eliezer, especializado em osteopatia, diz receber muitos pacientes jovens em seu consultório. São pessoas na faixa dos 30 e 40 anos, economicamente ativas, em plena atividade profissional, mas que são obrigadas a parar devido ao problema, contabilizando sérios prejuízos financeiros. O osteopata entra em ação após o paciente ser submetido à fisioterapia convencional e obter resultados positivos. "Depois que o paciente passa dessa fase, quando já tem uma mobilidade maior, podem ser utilizados alguns métodos que podem melhorar a correção da hérnia. Por exemplo, a osteopatia, um dos melhores para esse fim", comenta Emanuel.A osteopatia, explica ele, analisa o paciente de forma global, tratando primeiro a causa para depois tratar as consequências, quase sempre a dor. "Nós verificamos quais são as articulações que estão com problema de injúria e com a manipulação, corrige, reposiciona essa articulação, esses ossos, e tende a deixar a biomecânica favorável", diz ele. "Quando é feito isso, o paciente já vai referir uma enorme melhora, e bem rápido. Isso, com uma ou duas sessões ele já tem um ganho de amplitude de movimento, de diminuição de dor, consegue fazer suas atividades diárias com mais facilidade. Então, ele tem uma qualidade de vida melhorada em curto espaço de tempo."Após a osteopatia, o paciente é encaminhado para um trabalho de reeducação postural, incluindo aulas de pilates, RPG, hidroginástica e até mesmo fortalecimento muscular em academias. A fisioterapeuta Alini Brito trata a hérnia de disco com a técnica de Reconstrução Músculo-Articular (RMA), que considera "revolucionária" e garante 87% de cura aos pacientes, com comprovação científica no Brasil e nos estados Unidos. A técnica é utilizada em apenas 32 clínicas no País. Trata-se de um programa fisioterapêutico que utiliza recursos de fisioterapia manual, e equipamentos como mesa de tração eletrônica e descompressão mecânica, estabilização vertebral e exercícios de pilates ou musculação. O objetivo da técnica é melhorar o grau de mobilidade dos músculos e a articulação das vértebras da coluna, diminuindo a compressão delas sobre o disco e fortalecendo os músculos e a postura da coluna vertebral por meio de exercícios terapêuticos."Em apenas dois meses de sessões o paciente se vê livre das dores que o incomodam. O melhor desse programa é que ele não submete o paciente a uma mesa cirúrgica e, em pouco tempo, as dores somem de vez", garante Alini.
Isaac Ribeiro
Repórter
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